"A atenção de Ernest estava tão dividida que ele começou a se sentir tonto. A divisão era uma divisão familiar para ele.
De um lado, preocupação genuína pelos pacientes, estudantes,público.
E preocupação genuína, também, pelos verdadeiros problemas da existência: Crescimento, arrependimento, vida, morte, significado. de outro, sua sombra: egoísmo e carnalidade.
Ah, ele era adepto de ajudar os pacientes a recuperar suas sombras, tirar força delas: poder, energia vital, impulso criativo.
Ele conhecia todas as palavras; adorava a proclamação de Nietzsche de que as árvores mais poderosas precisam enterar raízes bem no fundo, no fundo da escuridão, no fundo do mal.
Ainda assim essas palavras maravilhosas tinham pouco significado pra ele.
Ernest odiava seu lado escuro, odiava o domínio que o lado escuro tinha sobre ele.
Odiava a servidão, odiava ser impelido pelo instinto animal, odiava ser escravizado por uma programação precoce.
E hoje era o exemplo perfeito: o farejo e gorjeto do quintal, sua luxúria primitiva por sedução e conquista. Patético! Uma relíquia vinda do berçário"
segunda-feira
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