quinta-feira

Ôh chuva eu peço que caia devagar.

Embora o céu esteja limpo, milhares de grandes gotas de água pura se encontram com minha pele.
Não consigo enxergar problema em sentir a natureza agindo para sua propria sobrevivencia.
Não é em vão.
Está tudo muito mudado, espaços vazios tendem a ser ocupados, coisas boas tendem a acontecer.
Embora, as vezes, eu acredite que tudo isso é apenas força do pensamento.
Temos, aquilo que desejamos com muito afinco.
Mas não importa da onde surgem as mudanças e os momentos, o importante é que elas aconteçam e tragam aprendizado.
Nós nada seriamos sem o aprendizado de cada dia.

terça-feira

É que..

É que é muito mais fácil ficar de cima do nosso telhado jogando pedra no telhado alheio.

segunda-feira

Passarela

Na entrada do lado Norte da minha cidade, tem uma daquela avenida longas com uma ponte no meio onde por baixo passa outra avenida longa.
De vez em nunca eu faço caminhada por essa avenida quando ta entardecendo.
E eu não pude deixar de perceber que eu tenho uma paixão pela passarela que fica ao lado dessa ponte, nunca vi coisa mais linda do que a visão de lá.
Eu devo ser a única pessoa na cidade que acha isso, apesar de já ter comentado com algumas pessoas que nunca foram lá, mas gente não tem como, a visão das avenidas, das luzes, casas e o entardecer de lá deviam ser compartilhados com o mundo todo.
Ou vai ver é efeito do tal remedinho.. hehehe

Bup

Ai, como se problema caísse do céu (e eu penso que caem sim), arrumei uma séries de acontecimentos lamentáveis com minha saúde, é fraqueza, vertigem, cefaléia e mais um tanto de palavra difícil.
Não tinha como fugir agora, eu teria q ir no médico, mesmo porque eu posso ser muitas coisas, mas masoquista não faz parte delas.
Vamos lá né, aquela coisa de sempre, minha mãe ainda não se contenta que eu vá ao médico sozinha, ela precisa ir pra se manter informada da minha vida sexual.
A vantagem é que, tirando a chatice de ter que esperar, ter que cumprir horários e fazer mil exames, a consulta é mais psicológica do que física mesmo e talvez se não fosse por isso eu não iria nunca no medico.
Adoro, a coisa toda de falar sobre minha vida, apesar de minha mãe me interromper a cada frase, mas mãe é mãe e no final ela acaba contribuindo.Falei, alias falamos muito, uma hora e dez minutos pra ser mais exata e chegou a hora da médica falar.
Tirando os esporros de sempre, ela me aparece com uma coisa nova: “Vou receitar uma remedinho aqui pra fazer seus dias ficarem melhores, não te considero uma doente depressiva, só acho que você ta precisando de uma coisa pra te deixar mais animada”.
E eu pensei: “Pô, me arruma um namorado então, acho que rola mais”.
Mas preferi nem falar nada.
Receitinha azul na mão, mamãe com cara de agora vai ficar tudo bem e eu entendendo muito bem aquilo tudo mais ainda sem compreender.
Chego em casa, fui relatar o caso pro meu pai e só ai me dei conta: “Pai a médica falou aquele tanto de coisa de sempre, sobre comida, sobre ovários, sobre vitaminas, sobre comer massas e doces, aquele enjoamento de sempre e me deu uma receita e umas amostras grátis de anti-depressivo”.
PERAE
Que que eu to dizendo mesmo?
Eu? Com 20 anos de idade, tomando anti-depressivo? Quem teve essa idéia maluca? Como que eu deixei isso acontecer? Mas eu to tão feliz ultimamente, to entendendo mais nada.
“Pai, ela deu essa receita ai e tal, vou beber esse trem, mas pelo amor de Deus nem comenta com ninguém que to tomando isso viu?”
Agora, uma semana depois, quando eu falo ainda me soa estranho, onde já se viu isso?
Assim, nem acho que muita coisa mudou não, eu to mais calma sabe? Eu nem to xingando ninguém, parece que o tempo passa mais rápido, eu não tenho sono durante o dia, tenho tido paciência pra escutar os outros o dia todo. Até fiz caminhada hoje!
Tô pensando em começar academia amanhã.
Tô, tipo assim, como uma vontade de mudar o mundo.
Risos.. A parte do mudar o mundo foi besteira, mas o resto é verdade.
To achando que vou tomar isso pro resto da vida...
É, vou mesmo viu...
Mas aqui, nem conta pra ninguém.

terça-feira

Perca ou amadurecimento?

Interessante como eu tenho aprendido a aceitar melhor planos desfeitos.
Planos de mudar de cidade, planos para uma viagem com amigos, aquela baladinha combinada há semanas com a turma, a folga que não vai acontecer, as horas excessivas de sono que não vai dar pra tirar, até aquele download tão esperado que veio cheio de vírus,a espera de alguém que não chegou, as palavras ensaiadas que não funcionaram, a Internet que não funciona, a encomenda que não chegou, o tempo que foi pouco..
Acredito que finalmente to acreditando que as coisas são do jeito que são por algum motivo desconhecido, ou que no final tudo se encaixa.
Dizem que um dos passos que comprovam o amadurecimento é a melhor aceitação das inconveniências do dia-a-dia.
Pensando nessa frase tenho a impressão de que seu significado se iguala a dizer que se está racionalmente apaixonado.
Assim como estar loucamente apaixonado, não aceitar inconveniências diárias é um impulso para lutar pelo que se deseja.
Se tratando de desejos, vontades e planos; dificuldades funcionam como uma alavanca as avessas, motivando o interessado, seja qual for o empecilho, a buscar o objeto de desejo.
Mesmo sentindo um auto-orgulho por não mais sofrer por oportunidades perdidas e planos desfeitos, não consigo não pensar o quão contraditório isso é.
Seria o chamado amadurecimento a perca de um instinto?

segunda-feira

Nove decadas

Outro dia foi aniversário de 90 anos da minha bisávo.
NOVENTA anos! Foi aquela festança, 3 dias de almoços, jantares e piadinhas infames. Duzentas pessoas da família e eu só conhecia umas 20.
E Vó Tamira tava que era só felicidade, com suas madeichas brancas e aquele sorriso inconfundivel.
Eu como não conhecia ninguém, optei por ficar "bajulando/pajiando" meus primos, ser a neta/bisneta mais velha tem suas particularidades, você nunca se sente o bastante adulta pra compartilhar das conversas dos tios e nem o bastante crianças pra correr pelo patio com os primos.
Dae fiquei pensando: 90 anos é muita, mas muita coisa. Chegar lá com a lucidez que minha bisa chegou então é praticamente um milagre.
Na verdade, minha vó é praticamente um milagre, tenho uma foto de quando eu tava com uns cinco meses no colo dela e ela não mudou nada, vinte anos depois é a mesma coisa, tá certo que ultimamente ela não anda tanto quando andava 20 anos atrás devido a um problema no pé, mas com 90 anos ela bebe sua cervejinha, vai em todas as festas da família e das empresas da família, vive me dando conselhos sobre namorados, ou melhor vive me falando que esse negocio de namorar não compensa, namoro é só quando tiver com idéia de casar, eu acho o maxímo, sem falar do bom humor dela, sempre entregando os podres do meus tios quando mais novos e com a piadinhas sobre não ter muito o que fazer:
- Ô minha minina como que tá o trabalho lá?
- Nossa vó, daquele jeito de sempre, trabalhando muito graças a Deus, numa cansera, senhora precisa de ver.
- Ahh tem que ser é igual eu que fico deitada dia todo só descansando hehehe..
Uma gracinha ela.
É como agente tava comentando no aniversário dela, nunca vi uma pessoa com tamanha capacidade de adaptação. Afinal de contas, pensa como era as coisas há 70 anos atras, quando ela é quem tinha 20 anos.

Parabéns Vó Tamira!

quarta-feira

Duas decadas

Sei lá, quando agente tem uns 15, 16 anos e ta começando a querer se afirmar pra sociedade, agente costuma a trabalhar pra quando chegar na maior idade estar parecido com certas pessoas.
Geralmente agente se espelha em bandas ou pessoas que tem maior ascensão e influência social.
Quando eu tinha por volta de 15, 16 anos eu saia pro lugares e via as mulheres de 20 a 25 anos e elas me passavam à impressão de independência, felicidade, autonomia, sempre cercadas por vários amigos e amigas da mesma idade e pareciam tão seguras de si, chegavam em seus carros (ou dos pais, que seja), eram bem recebidas, bebiam e saiam quando queriam, sem dever satisfação e nem se preocupar.
Eu observava aquilo e percebia que quando eu fosse ‘de maior’ seria assim q eu queria ser.
Ontem eu tava me lembrando disso, que eu achava aquilo tudo muito perfeito e comecei a pensar em como eu com meus 20 anos de agora sou e descobri que é exatamente assim, ou bem próximo disso.
Eu tenho um ciclo de amigos, AMIGOS mesmo, mais ou menos da minha idade, que se identificam com praticamente as mesmas coisas que eu me identifico, sinto que mesmo sendo amigos, nos não temos aquela relação de dependência (eu disse Dependência e não interdependência) que tinha quando éramos mais novos, aquela coisa de um só sai se a turma toda sair, agora eu saio, to na rua ligo pra alguém e falo to indo ai pra gente sair, ou vice-versa, eu posso sair só com um amigo ou com todos e pode ser 8 horas da noite ou 3 hs da manha, agente pode passar 9,10 hs no boteco conversando fiado ou apenas tomas um sorvete de 15 minutos é sempre massa.
Agente planeja coisas pra um final de semana inteiro e sabendo q depende só da nossa vontade, com meus 15,16 anos eu não saia de casa pq minha mãe não permitia, hoje eu não saio porque eu não to com vontade, saio com quem quero, a hora que quero, passo noites fora de casa e sei q de todas as minhas conquistas, essa de liberdade é a melhor!